Paços de Ferreira 1 - Benfica 2

O Sport Lisboa e Benfica, ontem, teve dos jogos mais difíceis que me recordo nos últimos tempos! 

Começou razoavelmente bem, a trocar a bola e a tentar criar oportunidades de golo mas, o tempoo ia passando e as oportunidades eram escassas.

Gradualmente, há medida que a primeira parte avançou, o Paços mostrou porque é conhecido por ser uma equipa muito forte no contra-ataque, principalmente por culpa de um menino que é do Benfica, de seu nome Melgarejo.

Que jogador fantástico temos ali, apesar da enorme margem de evolução. Bom toque de bola, muita velocidades, inteligência e faro pela baliza. É preciso mais cartões de visita?

Pois bem, da sua velocidade e técnica, nasceu o golo pacense. Depois de ser batido pela milésima vez por Melgarejo, Maxi ficou para trás e o paraguaio cruza tenso para um remate brilhantemente defendido por Artur que, contudo, não pode defender a recarga.

Estava feito o 1-0 e eu a ver a nossa vidinha a andar para trás!Só pensava que os corruptos ainda nos iam ganhar um ponto e o Braguinha a ficar isolado em 2º lugar...Não podia ser verdade!

Sentimos demasiado o golpe do golo do Paço de Ferreira e, a partir daí, o pouco que tinha sido bem feito desapareceu e começámos a atacar mal e continuámos a ser facilmente batidos no contra-ataque. Para esta última situação, apenas encontro uma explicação: Witsel. Mal posicionado e, para além disso, com uma anormal estatística de perdas de bola, talvez derivado à posição no terreno. 

De qualquer forma, e tinha que ser, claro!Quase a terminar o primeiro tempo, Bruno César é desmarcado pela direita (penso que por Witsel) e, ao entrar na área, é impedido de avançar no terreno. Penalti!É claro que não, tendo em conta que é para os vermelhos!Se fossem azuis, era automático, digo eu!

Chega o intervalo, e confesso, senti muito medo da nossa segunda parte e pouca confiança na reviravolta. 

Mais consciente fiquei quando aos 50 minutos de jogo, tinham passado 5 minutos e a bola esteve, sem exagero, 90% no meio campo do Benfica!

Ah! Entretanto, ao intervalo tinham saído Nolito (pouco consistente) e Saviola (doí vê-lo jogar tão mal) e entrado Gaitan e Nélson Oliveira. O argentino, para mim, devia ter sido titular naquele campo pequeno e sem Aimar. É, na falta do Mago, o único que consegue dar algum toque de classe e inteligência ao nosso jogo, principalmente quando Witsel está muito preso.

Nélson, por seu lado, veio a provar que estamos perante um craque, o nosso avançado do futuro, capaz de ser decisivo já no presente!

Depois de uma ou duas investidas menos bem conseguidas,  aos 64 minutos, após soltar-se com classe e velocidade do defesa pacencese, Nélson Oliveira ganha espaço no lado direito, cruza tenso e atrsado para a área, na qual surge Gaitan para encostar para golo...

Estava dado o mote!Com muita sorte à mistura, dado estarmos tão mal no jogo, mas com muita classe na jogada em si, conseguimos o empate e, desta forma, tínhamos ainda 25 minutos para dar a volta ao resultado que não nos interessava para nada!

Começamos a jogar mais rápido e, inversa,mente, quem sentiu o golo foi o Paços de Ferreira que pouco mais fez a partir daí, embora, confesso, sempre que a bola chegava a Melgarejo, me causava alguns calafrios. 

Certo é que, depois de uma arrancada forte para a área (boa segunda parte) por parte de Bruno César, este é travado em falta e, na sequência, é este mesmo que faz jus à alcunha de Chuta -Chuta e faz o segundo golo do Benfica!

A partir daqui, pouco a dizer, para além das expulsões dos jogadores do Paços de Ferreira e que só deu Benfica mas com poucas ocasiões de golo!

O que é certo é que vencemos um jogo que, admito, se tivesse ficado empatado era um justo prémio para o Paços de Ferreira e para o Melgarejo em particular. 

Contudo, é com jogos destes que se ganham campeonatos e, depois de uma série tão negra em que em 9 pontos, perdemos 8, era imperativo ganhar para mantermos acesa a chama do título. Então depois do empate dos andrades, não havia qualquer hipótese de deslize...

Não há dia que passe que não me venha à cabeça os 8 pontos perdidos nas três últimas jornadas!E espero que aos nossos jogadores aconteça o mesmo, no sentido de evitar situações semelhantes...

Contudo, gostava de terminar, frisando aquilo que não deixa de ser uma realidade!Se os penaltis em Coimbra têm sido marcados e se o golo irregular dos porcos não tem sido marcados, depois do empate destes contra a Académica e a nossa vitória frente ao Paços, estávamos em primeiro...pelo menos, com dois de avanço!

Por isso, toca a mexer Sr. Presidente!Isto não pode ficar assim e não podemos ficar calados mesmo quando ganhamos...

Ficha de jogo
Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira.
Árbitro Bruno Esteves, de Setúbal.

P. Ferreira Cássio, Nuno Santos, Filipe Anunciação, Ricardo, Luisinho, André Leão, Luiz Carlos (Ozéia, 80’), Vítor (Christian, 87’), Manuel José (Arturo Álvarez, 34’), Melgarejo e Michel. Treinador Henrique Calisto.

Benfica Artur, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Capdevila, Javi García, Axel Witsel, Bruno César, Nolito (Gaitán, 46’), Saviola (Nélson Oliveira, 46’) e Cardozo (Rodrigo, 90’+1’). Treinador Jorge Jesus.

Amarelos Javi García (10’), Michel (28’ e 76’), Bruno César (42’), Luisão (49’), Luiz Carlos (67’), Nélson Oliveira (83’), Maxi Pereira (85’) e Artur (90+3’). Vermelho por acumulação Michel (76’).Vermelho directo Ricardo (88’).

Golos 1-0, Michel (28’); 1-1, Gaitán (63’); 1-2, Bruno César (68’).

Fotos: zerozero.pt